segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Agricultoras/es afirmam pouca ação do Estado em combate aos efeitos da seca

Por Emanuela Castro - Assessora de Comunicação da Casa da Mulher do Nordeste

Nos dias 27 e 28 de setembro Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú, foi sede do Encontro Territorial da ASA-PE. A Casa da Mulher do Nordeste recebeu cerca de 60 pessoas, com o objetivo de avaliar e fortalecer as ações de convivência com o semiárido no território a luz das experiências das famílias agricultoras na perspectiva da ampliação e consolidação do projeto de desenvolvimento rural sustentável.

Os temas que discutiram foram Soberania e Segurança Alimentar; Grandes secas – Debate das Ações Estruturantes e Emergenciais; Agroecologia “Concepções, experiências e política”; Comunicação e Sistematização de Experiências. A programação contou com a presença da coordenação executiva da ASA-PE, Neilda Pereira que falou sobre o assunto que está atingindo a todos e todas agricultores(as) do Nordeste – A Seca, e o papel da articulação neste contexto. “A ASA-PE é um projeto educativo, e passou a existir a partir da necessidade de criar políticas publicas  para o agricultor e agricultora do campo. Hoje a estimativa é de construir 500 mil cisternas de 16 mil litros d´água. Nós agricultores/as temos que ocupar os espaços  e falar mesmo, da situação que estamos vivendo no Sertão”, disse.

Para a agricultora Maria de Lourdes, da Comissão do Sindicato das Trabalhadoras/es Rurais de São José do Egito, o governo do Estado divulga muitas ações para amenizar a Seca, e que não está sendo realizado. “O governador veio divulgar uma imensidade de ações, milho, bolsa estiagem, credito estiagem, mas e muito falatório e pouca ação. e se o pequeno agricultor  não tivesse  uma reserva  para alimentação do animal, tava sofrendo. Precisamos de uma política  que venha  para o pequeno agricultor/a. Esse decreto acabou  o pequeno agricultor de pegar o milho da CONAB. Os grandes criadores estão se beneficiando , enquanto que os pequenos agricultores  estão  pegando o milho no qual não esta dando para cobrir a demanda”, relatou.

Para a coordenação do Programa Mulher e Vida Rural da Casa da Mulher do Nordeste, Célia Souza é importante refletir sobre a questão da seca e da ação de cada agricultor/a. “Precisamos de alternativas concretas para não sofrer tanto com a seca, se planejar, estocar, guardar, conhecer praticas de convivência com o semi-árido, refletir também a questão da alimentação, os processos de industrialização, o que estamos levando para casa, o que estamos deixando de consumir”, disse.

Outro ponto de destaque foi a discussão sobre segurança e soberania alimentar. “Avançamos muito, mas tem muita coisa para ser feito. Com o governo Lula conseguimos implantar o PAA, compramos o alimento das famílias e repassamos as mesmas. Mas com os produtos industrializados, cerca de 80% das doenças é causada por conta da nossa alimentação”, disse Edésio Medeiros, da ONG Chapada.

No final da programação foi apresentada a experiência do Núcleo de Comunicação da ASA-PE, pela comunicadora Mariana Landim, a estratégia de boletins e divulgação das ações da ASA-PE, como também da realidade que vive os agricultores/as. Em seguida, foi eleita a delegação que irá participar do Encontro Estadual da ASA-PE, em Araripina, nos dias 09, 10 e 11 de outubro.

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