Começa nesta quarta (25) e segue até sexta-feira (27), em Petrolina (PE), o Seminário de Mudanças Climáticas no Bioma Caatinga, idealizado pelo Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social (FMCJS) em parceria com a Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA). O evento reúne 50 participantes, entre representantes do governo, organizações sociais e da igreja, indígenas e agricultores/as. Esse público irá debater os riscos das variáveis climáticas e como os sinais dessas mudanças interferem na vida da população, assim como quais as diretrizes para uma melhor adaptação e convivência com essa realidade, através de soluções sustentáveis e da conscientização para uma mudança de atitude ambiental. A ASA está sendo representada no evento por agricultores, coordenadores e também pelo Grupo de Trabalho de Combate à Desertificação (GTCD), na pessoa de Paulo Pedro. Também marcam presença integrantes da Comissão Indigenista Missionária (CIMI), da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Além de debates e depoimentos, a proposta é criar um planejamento com ações concretas para a convivência na Caatinga em meios às mudanças climáticas, com a participação das populações que vivem e convivem diretamente com essa realidade, principalmente as agricultoras e os agricultores. A inovação deve ser um dos pontos forte do evento. Conciliar ações já praticadas em diversas regiões brasileiras e em outros países do mundo a novas alternativas, apoiando-se ainda no campo da agroecologia, da energia, do transporte e da água, é um dos desafios norteador fundamental. A proposta é que surjam novas correntes de reflexões, priorizando o exercício do pensar e construir dos participantes em prol da solução de um mesmo problema relacionado às mudanças climáticas na Caatinga. Nesse contexto, o coordenador executivo da ASA pelo estado da Paraíba e um dos membros da organização do seminário, Arivaldo José Sezyshta, avalia que a rede tem uma importante contribuição a dar. “O evento é de grande importância, pois reafirma as ações já desenvolvidas pelo conjunto da ASA, que tem contribuído na mitigação desses efeitos climáticos e atua fortemente no combate a desertificação”, afirma o coordenador. Unificar o FMCJS, a ASA, todos os outros órgãos sociais e o público presente no evento, aperfeiçoará o caminho rumo a uma conscientização para a mobilização ambiental visando políticas públicas concretas. Através da integração de todos esses atores sociais, um diálogo saudável com a Caatinga em meio às mudanças climáticas poderá ser desenhado e amplamente aplicado, facilitando e melhorando a qualidade de vida nessas regiões e em todo o Brasil. FMCJS – O Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social é uma organização que tem o papel de articular as pastorais sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), os movimentos sociais e as entidades da sociedade civil com o objetivo de disseminar informações e gerar uma consciência crítica dos cidadãos visando contribuir no enfrentamento das causas estruturais do aquecimento global que provoca mudanças climáticas em todo o planeta. De acordo com o 4º Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), de 2007, os dez anos mais quentes da história estão no período de 1995 a 2006, considerando a temperatura média global da superfície da Terra e dos oceanos no período desde 1850 .A taxa de aumento entre 1850 e 1899 foi 0,57ºC, enquanto que entre 2001 e 2005 essa taxa passou para 0,95ºC, correspondendo a um aumento médio no período de 0,76ºC. Nessa direção, o relatório prevê um aumento médio global das temperaturas entre 1,8ºC e 4,0ºC até 2100. O FMCJS, já atento para esse fato, vem debatendo a importância de um consciente coletivo para a construção de um modelo de desenvolvimento atrelado a sustentabilidade do meio ambiente. A busca pela compreensão do que se passa com o planeta e a preocupação com os desastres socioambientais que afetam cada vez mais a vida de milhares de pessoas levou o fórum a planejar diversos seminários e encontros em diferentes regiões do País. O intuito é incentivar a realização de debates e o amadurecimento do pensamento coletivo a respeito do que vem acometendo o mundo de maneira gradual: o aquecimento global e suas danosas consequências. |
sexta-feira, 27 de maio de 2011
ASA debate propostas para as mudanças climáticas na Caatinga
por Arméle Dornelas (Diocese de Pesqueira)
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