sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Bolivianos visitam experiência da ASA em Pernambuco


por Carlos Magno (ASA Brasil)

Representantes do Ministério do Meio Ambiente e Água da Bolívia e do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) do Brasil estiveram nos dias 22 e 23 conhecendo a experiência da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) com tecnologias de captação de água da chuva para convivência com o Semiárido.

No primeiro dia, estiveram na sede da ASA, em Recife, onde foram levantadas questões sobre os Programas Um Milhão de Cisternas (P1MC) e Uma Terra e Duas Águas (P1+2) e sobre a importância do controle social exercido ao longo de toda a execução dos programas. Onde a sociedade participa a partir das comissões municipais.

No segundo dia a delegação visitou em campo experiências da ASA nas comunidades de Queimadas e Pedra Branca, no município o de Cumaru, Agreste Setentrional de Pernambuco. As experiências visitadas foram de famílias que possuem tecnologia dos dois programas da ASA, assessoradas pela organização não governamental Centro Sabiá, integrante da ASA e unidade gestora do P1+2 na região. Organização que na sua assessoria levanta questões como o desenvolvimento rural sustentável e a convivência com o Semiárido, incentivando a produção agroecológica de alimentos a partir da agricultura agroflorestal, o debate das relações de gênero e a construção coletiva do conhecimento, gerando autonomia das famílias agricultoras.

Todas essas questões foram sentidas pela delegação na visita, que foi iniciada na casa da família dos agricultores Luis Eleutério e Josefa Gonçalves, que possuem uma cisterna que armazena 16 mil litros de água para consumo humano. Eles colocaram a satisfação em poder receber e mostrar o seu trabalho para outras pessoas e o desejo que as experiências sejam multiplicadas. “Agradeço a ASA e ao Sabiá que trouxeram todas essas coisas pra cá, hoje quero repartir tudo isso com vocês”, disse seu Luis. A delegação boliviana ficou impressionada com a simplicidade da construção da cisterna e o impacto que causa para a família.

Na família dos Agricultores Jairo Vicente e Neide foi apresentada uma cisterna calçadão, com capacidade para armazenar 52 mil litros de água para a produção de alimentos e criação animal. “Antes da cisterna num tinha nada não, essas verduras a gente não comia. E o melhor é porque eu sei que tudo aqui não tem veneno, a gente pode comer sem medo”, explicou a agricultora. Na propriedade da família dos agricultores Joelma e Roberto Pereira foi visitada a área de agrofloresta e depois a barragen subterrânea. O técnico do Centro Sabiá, Fabrício Vitor, explicou detalhadamente o processo de construção da barragem subterrânea e a família colocou a importância das tecnologias para a ampliação da produção de alimentos, que consomem em casa, comercializam na comunidade e na feira da cidade.

Segundo o boliviano Gonzáles todos os elementos da visita serão levados para o ministério boliviano. Eles ficaram muito impressionados com as experiências de convivência com o Semiárido que a ASA desenvolve, com muitas chances de ser multiplicadas na Bolívia, em principal os elementos referentes a mobilização e controle social na construção das tecnologias.

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