Texto: Jéssica Freitas, comunicadora popular ADESSU Baixa Verde, com informações de Diaconia
Foto: Tádzio Estevam, assessor de comunicação da Diaconia
A cidade de Martins, região
serrana do Rio Grande do Norte, reuniu nos dias 05,06 e 07 de julho, 30 jovens vindas
e vindos dos territórios Sertão do Pajeú pernambucano, Oeste Potiguar e
periferia de Fortaleza-CE para a programação da 18ª Semana do Meio Ambiente –
SEMEIA, realizada pela Diaconia com o apoio de outras organizações sociais, e
que teve como tema “Juventudes e Agroecologia – potenciais para transformar o
Semiárido”.
Pela primeira vez, foi atribuído
a SEMEIA um formato direcionado as discussões na perspectiva das juventudes. “A decisão de realizar a SEMEIA com a
juventude é um marco, pois existe uma riqueza e um potencial muito latente do
jovem de protagonizar sua história. As posições da juventude vão contribuir
para iniciativas futuras de Diaconia” destacou o assessor político
pedagógico da Diaconia no Recife, Joselito Costa.
As atividades foram desde a
integração ao ar livre, troca de experiências dos territórios, palestras,
dinâmicas de grupo, até a produção de conteúdo por meio de uma oficina de
produção e edição de vídeo no celular, equipamento tecnológico mais utilizado
pelas juventudes.
Durante o encontro, os
jovens dialogaram sobre os avanços vivenciados pela juventude do campo e da cidade, apontando aspectos como a inclusão digital, o empoderamento na luta
contra o patriarcado, machismo, racismo e homofobia, e a formação de coletivos;
em contraponto aos desafios, como o acesso as drogas que atingem jovens do
campo e cidade.
Troca
de experiências de territórios
Uma dessas experiências vem
do município de Triunfo, Sertão do Pajeú. Está sendo aplicada pelo grupo de
jovens que são assistidos pela organização ADESSU Baixa Verde. O núcleo de comunicação
infantojuvenil empoderou jovens por meio da comunicação, e tem como um dos
canais de reivindicação de direitos, o programa de rádio intitulado “Em
Sintonia com os meus Direitos”, feito pelas próprias crianças, adolescentes e
jovens. “Nosso núcleo visa dialogar com a sociedade sobre os direitos das
crianças, adolescentes e jovens, não se calar diante das frustrações e perda
desses direitos, promover a igualdade de gênero entre as famílias, além de
transmitir conhecimento através de diversas mídias e resgatar a dignidade do
nosso público alvo”, disse a jovem comunicadora da ADESSU, Jéssica Freitas.
Outra experiência também foi
apresentada no evento e veio do município pernambucano de Carnaíba. A jovem
Maria José, também do Sertão do Pajeú, destacou a reconstrução da
biodiversidade de sua propriedade, no sítio Jatobá. Lá, uma nascente de olho
d’água foi resgatada para garantir a sobrevivência da família e da produção de
diversas culturas. “Por meio da
utilização adequada e consciente da água, nós conseguimos várias coisas. Entre
elas, o reflorestamento da nossa reserva com plantio de mais de seis mil mudas,
fizemos alguns barramentos naturais para evitar a erosão do terreno e acumular
água de outras maneiras, garantindo nossa segurança alimentar”, disse.
A jovem Josiele Melo falou
do curso superior de Licenciatura em Educação no Campo, pela Universidade
Federal Rural do Semiárido (UFERSA), no município de Mossoró, no Rio Grande do
Norte, compartilhou que está sendo difundida e aplicada uma medida política
inovadora na Universidade com significativo caráter social, cuja conquista se
deu por meio dos movimentos sociais que ela faz parte.
Eduardo Marques, jovem estudante
de Engenharia ambiental, apresentou
experiência de um projeto no Bairro Bom Jardim, periferia de Fortaleza-CE. Através
de um método alternativo de fossa séptica e permacultura, que possibilitará a
melhoria na qualidade de vida de diversas famílias desassistidas pelo poder
público no que diz respeito a obras de saneamento básico.
A última experiência
apresentada foi do grupo de jovens “Juventude Encontro com Cristo – J.E.C.”, da
comunidade Santo Antonio 02, em Afogados da Ingazeira-PE, compartilhada
pelo jovem Renato Alcântara. Ele é da comunidade Curral Velho dos Pedros, mas
se uniu ao grupo para realizar atividades de produção de artesanato, ações solidárias
e resgate da cultura nordestina.
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