terça-feira, 27 de junho de 2017

Convivência com o Semiárido e Cisterna-calçadão são compartilhadas em Angola

Por Carlos Henrique Silva, assessor de Comunicação da Diaconia


As mulheres tomaram a iniciativa e demonstram bastante interesse na formação como pedreiras cisterneiras
Tecnologia social que tem feito a diferença no Semiárido brasileiro, a cisterna-calçadão está sendo compartilhada pela primeira vez com famílias agricultoras de Angola, a partir de um intercâmbio de experiências realizado pela Ajuda da Igreja Norueguesa (AIN) com a Diaconia. A cooperação tem uma duração de 45 dias e iniciou no último dia 15 de junho, com a ida do assessor Afonso Cavalcanti e do pedreiro construtor de cisternas Dilson Nunes de Brito, ambos do Sertão do Pajeú.


Visitas a aldeias com famílias criadoras de gado, para a construção de um diagnóstico de disseminação futura de biodigestores
Na programação, estão previstas oficinas para construção de quatro tecnologias em comunidades rurais das províncias de Huíla e Cunene, que vivenciam realidades semelhantes ao Semiárido, de períodos cíclicos de seca. A iniciativa é um projeto piloto, que também envolve outras tecnologias a serem experimentadas posteriormente, como o biodigestor.

“Queremos fortalecer o intercâmbio na perspectiva do conhecimento mútuo. Muito além de implementar tecnologias, queremos aprender, valorizar a cultura local e debater estratégias para que as pessoas manejem o ambiente em que elas vivem, tendo consciência de como as mudanças do clima afetam sua vida”, destaca Afonso.

“Pra mim, o momento é de ansiedade e alegria, por essa nova experiência na minha vida”, afirma o pedreiro Dilson, 37 anos, que pela primeira vez vai atravessar o oceano e conhecer outra parte do mundo. Agricultor do Sítio Santa Rita, em São José do Egito, ele já prestou serviços de construção de cisternas em várias comunidades rurais ao longo dos últimos 8 anos.


Cisterna Calçadão - Tecnologia que capta a água da chuva por meio de um calçadão de cimento construído sobre o solo, a cisterna-calçadão tem capacidade para armazenar até cerca de 52 mil litros. A água captada é utilizada para irrigar quintais produtivos: plantar fruteiras, hortaliças e plantas medicinais, e para criação de animais. A tecnologia faz parte de diversas estratégias desenvolvidas pela Articulação Semiárido (ASA), a partir dos conceitos da agroecologia e convivência com as mudanças climáticas.

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