quinta-feira, 9 de março de 2017

MULHERES E HOMENS DO PAJEÚ PARAM NO DIA 8 DE MARÇO


Por Jéssica Freitas, comunicadora popular da ADESSU Baixa Verde




No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, trabalhadoras e trabalhadores do mundo inteiro paralisaram as suas atividades e saíram às ruas em defesa de direitos, aderindo à Greve Internacional de Mulheres. Em Santa Cruz da Baixa Verde, no sertão do Pajeú pernambucano, o Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e a Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado de Pernambuco (FETAPE), em parceria com a ADESSU Baixa Verde, Casa da Mulher do Nordeste (CMN), Associações Comunitárias, Secretarias Municipais e Câmara Municipal realizaram um ato público, em protesto contra a reforma da previdência, a violência contra as mulheres e o machismo.   

A concentração ocorreu em frente ao STR de Santa Cruz da Baixa Verde, de onde o grupo seguiu em passeata pelas ruas até a Praça da Matriz. Lá as dezenas de mulheres e homens assistiram a palestras de representantes das organizações sociais, Secretarias Municipais e Câmara Municipal, engajados na causa da luta pela igualdade de direito entre os gêneros.

Foram produzidas faixas, cartazes e camisetas com frases de ordem como: “O Silêncio é cúmplice da violência”, “Mulherada na luta contra o ajuste e a repressão”, “O feminismo nunca matou ninguém, o machismo mata todos os dias”, e “Mulheres sem Temer!”.

O ato público foi espaço de debate sobre as diversas formas de violência das quais as mulheres são vítimas. A coordenadora do Programa Um Milhão de Cisternas, executado pela ADESSU Baixa Verde, Alda Balbino, representou a instituição em sua explanação. Como feminista, ela apresentou um panorama sobre os tipos de violência contra a mulher e informou sobre os serviços acessíveis para a realização de denúncias. 

Diante do cenário político do país, um dos fatos evidenciados foi a Proposta de Reforma da Previdência Social, uma medida que promete prejudicar, e muito, a realidade de trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias.  A diretora de Finanças e Administração da FETAPE, Cícera Nunes, apresentou a lista de Deputados Federais que serão responsáveis pela votação contra ou a favor da reforma. Uma das medidas adotadas para tentar barrar a reforma é a realização de um abaixo assinado, que tem adesão de homens e mulheres de todo o estado.

Por que a Reforma da Previdência afetará mais as mulheres?

Atualmente as mulheres tem idade mínima para a aposentadoria de 55 anos. Esta diferenciação está prevista na Constituição de 1988. A aposentadoria antecipada das mulheres foi adotada para compensar o fato de que além do trabalho remunerado, elas assumem a maior parte das tarefas domésticas e cuidado dos filhos, o que se caracteriza como tripla jornada de trabalho.

No passado, a própria Previdência Social reconheceu seu papel de “proteção social às mulheres”. No entanto, com a proposta de Reforma, a idade mínima de homens e mulheres para sua aposentadoria será equiparada em 65 anos. Na prática, as mulheres continuarão com a tripla jornada de trabalho e somente conquistarão a aposentadoria aos 65 anos.


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