sexta-feira, 25 de julho de 2014

Conhecimento para toda a vida: agricultores participam de intercâmbio em Ibimirim



As práticas agroecológicas e os tipos de irrigação sustentável tiveram destaque entre as tecnologias apresentadas no Serta

 Por Marcelo Assis

Nesta segunda (21) e terça-feira (22), foi realizado um intercâmbio de experiências com agricultores e agricultoras do município de Manari, no Sertão de Pernambuco. Cerca de 20 pessoas foram até o Centro de Atividades do Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta), no município de Ibimirim, no Sertão, para conhecer técnicas de agroecologia e convivência com o Semiárido. A visita foi realizada pela Cooperativa dos Profissionais em Atividade Gerais (COOPAGEL), uma das instituições vinculadas a Articulação de Semiárido (ASA), que executam o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), responsável pela construção de cisternas de placa no Sertão pernambucano.

 Durante os intercâmbios, os agricultores/as puderam observar novas formas de plantio e manejo da água, que já haviam sido apresentadas nas capacitações em Sistema Simplificado de Manejo de Água para Produção (SISMA). Foram apresentadas tecnologias de agricultura sustentável, agroecologia, criação e produção de animais. Participando do intercâmbio, a agricultora Lindinalva das Dores, de 54 anos, ficou admirada com a variedade de técnicas agrícolas sustentáveis que podem ser facilmente adotadas no dia a dia. Ela vai receber uma das cisternas para produção do P1+2 e não hesitou em levar as experiências para casa. “O intercâmbio é muito importante para as pessoas que querem aprender. A gente chega vê e copia as mesmas coisas, para nossa casa. Eu estou levando algumas plantas pra casa, algumas plantas que retiram a sujeira da água”, afirmou.

O agricultor José Carlos Evangelista, já utilizava algumas tecnologias em sua propriedade, no entanto, parte delas não estavam sendo desenvolvidas corretamente. “Eu estava regando a lavoura por gotejamento em garrafas pet, mas sempre que colocava terra nas garrafas, pra água sair devagar, o bico entupia. Agora eu vi o problema, o instrutor me falou que tenho que colocar areia e não terra, se não cria lodo”, disse Carlos. Ele também adotou uma das experiências desenvolvidas no Serta: o lago de cimento. “Eu gostei de todas as tecnologias. A que vou construir em minha casa é o lago de cimento. Ele serve de reservatório e viveiro de peixe. É uma tecnologia fácil de construir, barata e que rende muito”, afirma.

No Serta, os agricultores (as) ainda tiveram contato com fogões solares, aquecedores solares, sistemas de irrigação por bombas manuais, casas geodésicas, estufas, quintais produtivos, entre outros. Também participaram de palestras sobre convivência com o Semiárido, políticas públicas, segurança alimentar e agroecologia. Todos voltaram para casa com a bagagem cheia de ideias e saberes. “O conhecimento que nós ganhamos aqui é muito importante. Quando você começa a desenvolver as tecnologias, tudo muda. Você com essas pequenas hortas não precisa de ninguém para sobreviver, você planta  e colhe pra família toda”, disse o agricultor Carlos. Além desse, já foram realizados intercâmbios com outros grupos de agricultores de Manari, nos dias 14 e 15, e 17 e 18 de junho, e estão marcados Intercâmbios para turmas de Sertânia e Ibimirim.

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