Por Kátia Gonçalves* e
Lidiane Santos**
Nesta segunda-feira (14/10),
os participantes do Encontro Estadual de Agricultoras e Agricultores
Experimentadores tiveram a oportunidade de conhecer experiências exitosas de
convivência no Semiárido.
Entre as experiências visitadas
está a do biodigestor sertanejo construído na casa do agricultor Ivan Lopes, na
comunidade de Bom Sucesso, município de Tuparetama. Além de ter uma produção
agroecológica, o agricultor também investiu na produção de energia renovável, a
partir do biodigestor. “Visitamos uma família de cinco pessoas e,
ao chegarmos na propriedade, vimos
que a paisagem já é diferente: não há erosões nem desmatamentos. Ivan é nosso
modelo de agricultor no futuro”, destacou Lucinaldo Freitas.
Já a visita à Unidade de
Beneficiamento da Castanha de Caju Mãos Crioulas das comunidades de Umbuzeiro e
Leitão, situada a 17 km de Afogados da Ingazeira, os participantes puderam
perceber que a experiência é desenvolvida a partir da a organização da equipe e
o reaproveitamento das cascas das castanhas. De acordo com Ivonete Ferreira, do
Sítio Serra de Umari, distrito de Cumaru, o passo-a-passo da produção vai desde
a seleção de sementes nativas, não transgênicas, passando pelo cozimento, corte,
até a embalagem da castanha, que atualmente é vendida para o comércio local e
regional.
Em relação à experiência de
criação de caprinos desenvolvida por Seu Zezinho, do sítio Pajeú Mirim, do
município de Tabira, o trabalho na propriedade permite a técnica de
armazenamento de silos, o cuidado com as cabras paridas, a frequência das
vacinas nos animais e a preservação dos capins nas margens do Rio Pajeú. Segundo
a agricultora Aparecida Diniz, do sítio São José de Pilotos, município de Santa
Cruz da Baixa Verde, a experiência serviu de exemplo para os visitantes que se
interessaram pela criação de animais de pequeno e médio porte.
Outra experiência visitada
foi a de manejo sustentável da Caatinga desenvolvida pelo agricultor José
Carlos, no Assentamento das Onças, em Afogados da Ingazeira. A visita emocionou
os participantes que puderam observar de perto a preservação e o
desenvolvimento da biodiversidade da fauna e flora da região. Trata-se de uma
espécie de barragem, construída com galhos de plantas de marmeleiro e jurema
preta, na qual a função é diminuir a erosão por meio da obstrução da chuva e
reter sementes de plantas nativas. A germinação das mesmas conta com a ajuda
das abelhas italianas, besouros e maribondos para a polinização.
A última experiência
visitada foi a da agricultora Terezinha Amara Lira Cavalcanti, na comunidade
São Miguel, zona rural de São José do Egito, Sertão do Pajeú, com quintais
produtivos. Ela explicou que consegue desenvolver a experiência em meio à
estiagem, graças a um trabalho diário de dedicação e amor à terra. O quintal
ocupa cerca de meio hectare e foi adquirido em 2005, através de uma parceria
entre a Casa da Mulher do Nordeste e o Sindicato dos Trabalhadores(as) Rurais
de São José do Egito.
*Comunicadora popular do
Cecor
**Comunicadora popular da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2
**Comunicadora popular da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2
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