segunda-feira, 11 de março de 2013

Um dia de luta pela igualdade, liberdade e autonomia das mulheres


Ato unitário pelo Dia Internacional da Mulher que aconteceu em Recife na última sexta-feira (08) reuniu centenas de pessoas.

Por Assessoria de Comunicação da Casa da Mulher do Nordeste

Em Pernambuco, o Dia Internacional da Mulher foi lembrado com vários atos de reivindicação por igualdade de gênero. Em Recife, as militantes do movimento de mulheres e feministas saíram do Parque 13 de Maio, no Centro do Recife, com cartazes, faixas e palavras de ordem para chamar atenção pelo fim da discriminação e opressão, e também por novas políticas de enfrentamento à violência contra a mulher.

Foto: Emanuela Castro
Para Elaine Maria que acompanhava a passeata com cartazes de amigas que foram assassinadas, este foi o momento de exigir por justiça. Um dos casos aconteceu na comunidade da Várzea. Há 3 anos uma amiga foi assassinada deixando três filhos pequenos. “A morte da minha amiga me incentiva a estar nas ruas neste 8 de março, ela faz muita falta e estava sempre na luta com a gente pelos direitos das mulheres. Na Várzea ainda há muitos casos de violência. Os assassinos estão nas ruas e nós mulheres onde estamos?“, completou.

A mobilização trouxe como foco os princípios de autonomia e igualdade, divididos diversos eixos: descriminalização e legalização do aborto; salário igual para trabalho igual; participação política e poder paritário; igualdade de oportunidades e de direito; garantia de direitos para trabalhadoras domésticas, fim da violência contra a mulher; compartilhando das tarefas domésticas e de cuidados; creches públicas com qualidade e em período integral; contra a mercantilização dos corpos e das vidas das mulheres e licença-maternidade de seis meses para todas as trabalhadoras, do campo e da cidade.                                 
                 
Silvia Camurça, uma das coordenadoras do FMPE
Foto: Emanuela Castro
Pela manhã o movimento divulgou uma carta aberta que será encaminhada às novas administrações municipais e câmaras de vereadores do Recife, Paulista, Ouricuri e Afogados da Ingazeira para solicitar a abertura de diálogo com os gestores e gestoras. A Carta solicita audiências públicas nas câmaras de vereadores, em conselhos municipais dos direitos da mulher e nas prefeituras envolvendo o secretariado. Uma das coordenadoras do Fórum de Mulheres de Pernambuco (FMPE), Silvia Camurça, declarou que o eixo principal da mobilização deste ano é a criação das creches nos locais de trabalho.

Foto: Emanuela Castro
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgou que até 60% das mulheres do mundo sofrem algum tipo de abuso físico ou sexual ao longa da vida e em quase metade dos casos as agressões sexuais ocorrem com menores de 16 anos. Na passeata as jovens do projeto Nas Asas de Passarinho contra a exploração sexual de jovens e adolescentes, promovido pela Casa da Mulher do Nordeste com apoio da Actionaid deram o seu recado. Para a jovem Marta Maria é ótimo ver todas as mulheres reunidas por uma vida sem violência. “Só assim as que ainda estão dormindo podem acordar para a vida”, completou. Ingrid Cristiane participou pela primeira vez do 8 de março no Centro do Recife. “É importante atos como este para as mulheres serem mais livres e viver sem violência. Na minha comunidade muitas mulheres sofrem violência. Devemos lutar contra todo tipo de violência.”, disse.

“A gente tem que mostrar que as mulheres tem o direito de sair na rua e ser respeitada. Faltam direitos, os homens acham que podem mandar nas mulheres, isso tudo tem que mudar.”, disse Rose Kelly, outra jovem do projeto Nas Asas de Passarinho.  A Rede de Mulheres Produtoras do Recife e Região Metropolitana também marcaram presença na Passeata, junto com o Grupo Espaço Mulher de Passarinho.

O Brasil registra pelo menos 240 casos de algum tipo de agressão contra mulheres por dia, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (08) pelo governo da presidente Dilma Rousseff.

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