Ato unitário pelo Dia Internacional da Mulher que aconteceu em Recife na última sexta-feira (08) reuniu centenas de pessoas.
Por Assessoria de Comunicação da Casa da Mulher do Nordeste
Em Pernambuco, o Dia Internacional da Mulher foi lembrado com vários atos de reivindicação por igualdade de gênero. Em Recife, as militantes do movimento de mulheres e feministas saíram do Parque 13 de Maio, no Centro do Recife, com cartazes, faixas e palavras de ordem para chamar atenção pelo fim da discriminação e opressão, e também por novas políticas de enfrentamento à violência contra a mulher.
Foto: Emanuela Castro
Para Elaine Maria que acompanhava a passeata com cartazes de amigas que foram assassinadas, este foi o momento de exigir por justiça. Um dos casos aconteceu na comunidade da Várzea. Há 3 anos uma amiga foi assassinada deixando três filhos pequenos. “A morte da minha amiga me incentiva a estar nas ruas neste 8 de março, ela faz muita falta e estava sempre na luta com a gente pelos direitos das mulheres. Na Várzea ainda há muitos casos de violência. Os assassinos estão nas ruas e nós mulheres onde estamos?“, completou.
A mobilização trouxe como foco os princípios de autonomia e igualdade, divididos diversos eixos: descriminalização e legalização do aborto; salário igual para trabalho igual; participação política e poder paritário; igualdade de oportunidades e de direito; garantia de direitos para trabalhadoras domésticas, fim da violência contra a mulher; compartilhando das tarefas domésticas e de cuidados; creches públicas com qualidade e em período integral; contra a mercantilização dos corpos e das vidas das mulheres e licença-maternidade de seis meses para todas as trabalhadoras, do campo e da cidade.
Silvia Camurça, uma das coordenadoras do FMPE
Foto: Emanuela Castro
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Pela manhã o movimento divulgou uma carta aberta que será encaminhada às novas administrações municipais e câmaras de vereadores do Recife, Paulista, Ouricuri e Afogados da Ingazeira para solicitar a abertura de diálogo com os gestores e gestoras. A Carta solicita audiências públicas nas câmaras de vereadores, em conselhos municipais dos direitos da mulher e nas prefeituras envolvendo o secretariado. Uma das coordenadoras do Fórum de Mulheres de Pernambuco (FMPE), Silvia Camurça, declarou que o eixo principal da mobilização deste ano é a criação das creches nos locais de trabalho.
Foto: Emanuela Castro
“A gente tem que mostrar que as mulheres tem o direito de sair na rua e ser respeitada. Faltam direitos, os homens acham que podem mandar nas mulheres, isso tudo tem que mudar.”, disse Rose Kelly, outra jovem do projeto Nas Asas de Passarinho. A Rede de Mulheres Produtoras do Recife e Região Metropolitana também marcaram presença na Passeata, junto com o Grupo Espaço Mulher de Passarinho.
O Brasil registra pelo menos 240 casos de algum tipo de agressão contra mulheres por dia, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (08) pelo governo da presidente Dilma Rousseff.
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