quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Bancos de Sementes Comunitários no Agreste de Pernambuco


Por Catarina de Angola (Centro Sabiá)

Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Alimentação, agricultores e agricultoras do Agreste Central de Pernambuco participarão de formações para construção de Bancos de Sementes Comunitários, nos próximos dias 18 e 19.  As atividades serão realizadas pelo Centro Sabiá em três capacitações nos municípios de Riacho das Almas, Frei Miguelinho e Bezerros, como ação do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA).

A proposta é valorizar a importância das sementes crioulas para os/as agricultores/as, ou seja, garantir a segurança alimentar, além da sua autonomia com relação a aquisição de sementes. Ao todo serão 30 pessoas capacitadas. Com a construção dos Bancos de Sementes, as comunidades terão garantidas sementes sem veneno e com condições adequadas de armazenamento durante todo o ano. 

 “É uma questão que a gente já vem discutindo na ASA há bastante tempo, de como avançamos para além da construção das cisternas. Então estamos começando esta ação aqui no Agreste com grande expectativa e a ideia é que essa metodologia possa ser multiplicada. As famílias já fazem isso, mas não todas. E com isso, muitas vezes, ficam dependentes das sementes do governo, que ainda são sementes tratadas com agrotóxicos”, explica Carlos Magno, coordenador do local do Centro Sabiá. 

P1+2 – Além das capacitações para construção dos Bancos de Sementes , o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), no Agreste, já realizou diversos outros momentos de formação com as famílias de cinco municípios da região: São Caetano, Riacho das Almas, Bezerros, Frei Miguelinho e Santa Maria do Cambucá. De junho até agora já foram realizados dois intercâmbios municipais, um intercâmbio interestadual e dois encontros comunitários. Além disso, até o final deste mês, se completarão 333 pessoas capacitadas em Gerenciamento de Água para a Produção de Alimentos (Gapa) e 167 pessoas capacitadas em Manejo Simplificado de Água para a Produção de Alimentos. 

As formações integram a implementação de 189 tecnologias sociais de captação de água da chuva para a produção de alimentos e criação de animais no Agreste, pelo Centro Sabiá, que integra a ASA. As tecnologias implementadas são: cisternas calçadão e de enxurrada, tanques de pedra, barragens subterrâneas, barreiros trincheira, barraginha e bomba d’água popular. Além disso, as experiências dos agricultores/as estão sendo sistematizadas em boletins e banners, como forma de reforçar a multiplicação do conhecimento deles e delas. 

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