quinta-feira, 17 de março de 2016

Mais de 1.000 famílias ainda precisam de cisternas em Surubim

Por Eduardo Amorim - Núcleo de Comunicação do Centro Sabiá

Em Surubim, Conselho elaborou lista com 1.036 famílias sem cisternas
Um grupo de representantes da sociedade civil de Surubim esteve no Centro Sabiá, no início desta semana, para solicitar a atenção da ONG e da Articulação no Semiárido Brasileiro para as necessidades de implantação de políticas de convivência com o semiárido em Surubim, Agreste de Pernambuco. “A preocupação maior que temos no município e acredito que na região é a de conseguir mais reservatórios de água”, diz o coordenador do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, José Inácio.

Ele participou do encontro acompanhado pelo vice-coordenador do Conselho, Nailton de Lima Andrade. Desde 2013, Surubim não recebe as cisternas de placas de 16.000 litros. E para piorar um pouco a situação, eles denunciam que houve no município uma distribuição de “caixas de água de plástico”, que de acordo com denúncias recebidas pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável teriam sido distribuídas sem o atendimento dos critérios de renda.

Para mostrar que a necessidade de implantação de cisternas ainda é muito grande, José Inácio entregou ao coordenador do Centro Sabiá e integrante da coordenação da Asa Pernambuco, Alexandre Henrique Pires, uma lista com 1.036 famílias que atendem a todos os critérios e ainda não receberam a cisterna de primeira água (16 mil litros). “A gente reconhece que as cisternas do Programa Um Milhão de Cisternas, da Asa, representam o começoa. Mas hoje Surubim se sente prejudicada”, diz José Inácio.

Alexandre recebeu o documento e garantiu que irá encaminha-lo para a coordenação executiva da Asa Brasil e para a equipe do P1MC. Ele, no entanto, fez questão de explicar também que o Programa Água Para Todos, do Governo Federal, tem sofrido alguns cortes causados principalmente pela crise política. E garantiu que a Articulação no Semiárido Brasileiro tem procurado mostrar aos deputados e senadores da necessidade de continuidade de investimentos na convivência no semiárido, especialmente no contexto de cinco anos de secas em todo o Nordeste.

Em resposta a uma denúncia de que as cisternas de plástico teriam sido distribuídas de maneira incorreta em Surubim, Alexandre informou que “a Asa já tomou uma decisão de reeditar a campanha ‘Não troque seu voto por água’, para que todos os eleitores tenham consciência que seja a cisterna de plástico ou mesmo de placas é um direito para todas as famílias que estão dentro dos critérios”.

Além da questão da renda familiar, o programa Água para Todos é destinado a disponibilizar água para consumo humano e contínuo. Então, as cisternas ou outros equipamentos não devem ser implantadas em imóveis utilizados de forma eventual como casas utilizadas somente nas férias e feriados. Atualmente com cerca de 70 mil habitantes, o município de Surubim ainda precisa atender cerca de 7.000 moradores da área rural com as cisternas, isso representa cerca de 10% da população do município, segundo a estimativa dos representantes da sociedade civil.

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