Kátia
Gonçalves – Comunicadora Popular do Cecor
Criar objetos com
material reciclado é como ter duas aventuras ao mesmo tempo. Uma leva a cuidar
do planeta diminuindo a poluição, e outros materiais, que podem ser reciclados,
virar outra coisa. O Brasil, por ser muito extenso
e ter sofrido a influência de diversos povos, possui uma produção artesanal
bastante rica e diversificada, que varia de região para região.
No Nordeste,
em particular, os artesãos estão cada vez mais reaproveitando materiais
beneficiados como matéria-prima para um novo produtivo, dentre eles, o
plástico, o metal, papel e o vidro. No Assentamento Carnaúba do Ajudante,
município de Serra Talhada, em Pernambuco, agricultoras artesãs estão reutilizando
palha da folha de coqueiro, sementes, retalhos, papelão e caixas de leite, para
produzem peças artesanais como fonte de renda e oportunidade de atrair novos
consumidores.
Com intuito
de ampliar novas técnicas e práticas que qualifiquem a produção no
Assentamento, na última terça-feira (1), o grupo de mulheres participou da
Oficina de artesanato promovido pelo projeto de Assistência Técnica e
Extensão Rural (ATER), monitorado pela técnica do Centro de Educação Comunitária
Rural (Cecor), Andréa Oliveira. Na oportunidade, elas aprenderam a confeccionar
flores, arranjos, lembrancinhas de aniversário e casamento, tendo como matéria
prima, o emborrachado.
Para a
artesã, Cícera Aparecida, a chegada dessas novas práticas na zona rural é muito
importante para quem não tem disponibilidade de buscar na cidade. “O projeto
nos traz conhecimentos, sem que a gente precise sair das nossas comunidades.
Hoje, esses ensinamentos, nos levaram a construir novas peças, sem agredir o
meio ambiente”, explicou Cícera.
Uma das
novidades do curso foi a utilização de uma das primeiras plantas cultivadas
no mundo, não apenas para uso na alimentação, mas para ser utilizada como um
recipiente de água, a cabaça. Atualmente, as artesãs estão explorando essa
matéria prima no semiárido Brasileiro, por ser um material resistente e oriundo
da natureza. No curso, as agricultoras fizeram bonecas e galinhas decorativas,
utilizando a cabaça e o biscuit para o acabamento.
De acordo
com a técnica, André Oliveira, o projeto é voltado para o fomento a práticas
agroecológicas, contudo, a agroecologia não visa apenas a produção animal e
vegetal, mas melhorar a comunidade em todos aspectos histórico-cultural, das
famílias agricultoras do semiárido. “Uma das nossas metas é, também, fortalecer
os grupos de mulheres. Na zona rural existem vários grupos de artesãs que
precisam de incentivos que fortaleçam
melhores condições de vida ao homem e da mulher do campo”, concluiu
Andréa.
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