Experiência de agricultora mobiliza cidade para lançamento do informativo O Candeeiro

por Romário Henrique, comunicador do SERTA
 
A história de Gertudes Josefa da Conceição, 68 anos, foi registrada no informativo O Candeeiro, do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), que já sistematizou mais de 2mil experiências de agricultores/as do semiárido brasileiro. Para celebrar a autoria dessa mulher, o Serta organizou lançamento do informativo, que reuniu agricultores/as de comunidades rurais e organizações sociais do município de Altinho/PE.

 

Foto: Romário Henrique/SERTA

A repercussão de sua história já havia se espalhado por entre pessoas da cidade onde mora Dona Gertudes, que não esperava o reconhecimento. “Eu vi minha menina falando que me viu na internet, num sei onde. Pensei: meu Deus. Será que eu fiz alguma coisa errada? Nossa! Como é que eu tou… Ave Maria. Tanta da gente nova, tanta da gente bonita pra fazer, e eu fui escolhida… Já pensou?”, disse a agricultora que parecia não acreditar no acontecido.

A autora de sua própria história recebeu os convidados que estiveram reunidos no calçadão de sua cisterna. “Tudo que eu falei é verdade. Eu nasci aqui e me criei aqui. Seu Aristide, que tá aqui, me conhece. E sabe que eu não sou de mentira. Já houve verão. Já houve fome. E atravessei isso tudo e ainda tou aqui, e tou vivendo, e tou achando bom.”, disse Dona Gertudes.

Durante o lançamento, a agricultora compartilhou algumas histórias que foram registradas no informativo: “Vou dizer uma coisa a vocês: quem me ajudou a criar meus filhos foi primeiramente Deus, segundo uma porca, que nunca me apartei. E quem quiser pode ver ela lá no chiqueiro. Também tem uma semente de cabrocurso, que foi do tempo da minha avó. Ela dizia: você não se aparte dessa semente. Quem guarda essa semente não tem fome, porque a gente planta, e ela não morre. Ela atravessa verão e verão.”.

Mas tudo foi superado na vida de Dona Gertudes. Para ela, pobreza não existe mais. “Minha vida mudou de bom pra melhor. Na minha casa não tem mais tristeza. Tem comer sobrando, tem roupa. Eu nunca pensei chegar onde cheguei. Não tenho palavras pra dizer, só Deus. Tou muito feliz. Verão na minha casa, eu sei que não tem mais. Eu tenho minha cisterna pequena, que tá acima da metade. E tem a minha cisterna grande, graças a Deus, meu Deus, acabou-se a pobreza.”, comemora.

O informativo que narra a história de Dona Gertudes foi publicado no site do Serta e está disponível para download no site da ASA.

Confira imagens do evento AQUI.