Por Lidiane Santos -
Comunicadora Popular da Asa
De 28 a 29 de agosto, o
auditório do hotel Pousada das Brotas, em Afogados da Ingazeira, no sertão
pernambucano, é palco do Encontro Estadual de Mulheres Agricultoras
Experimentadoras. Pensado especialmente para as trabalhadoras rurais, o evento
promete marcar a história da Asa Pernambuco, a partir do estímulo da troca de
conhecimentos e da partilha de experiências.
Foto: Kátia Gonçalves |
Vindas de todos os cantos
de Pernambuco, as agricultoras apresentaram-se ao som da música “Cio da Terra”,
interpretada por Almir Sater. Durante o momento de acolhida, que foi conduzido
pela coordenadora do Programa Mulher Rural, da Casa da Mulher do Nordeste,
Célia Sousa, elas localizaram, com sementes, a região onde estão inseridas no
mapa do estado.
Em seguida, foi construída
a linha do tempo da Asa, a partir das conquistas realizadas pelas mulheres. De
1999, ano de criação da Articulação do Semiárido Brasileiro, até 2014, foram
pontuadas importantes ações que tornaram mais efetiva a inclusão e a
participação das agricultoras no campo, como por exemplo a 1ª Marcha das
Margaridas (2003), o primeiro curso de Cisterneiras, no Pajeú, e a criação do
Programa de Gênero através do Ministério do Desenvolvimento Agrário (2004), o
2º Econasa, com a elaboração da Carta das Mulheres (2006), entre outras.
Foto: Kátia Gonçalves |
Diante da linha do tempo,
a coordenadora estadual da Asa Pernambuco, Neilda Pereira, ressaltou os
avanços, refletiu os desafios que estão pela frente e também provocou novos
realizações. “Se olharmos a linha do tempo da Asa, ao longo desses 15 anos, veremos
que foram dados passos importantes nos espaços locais e representações sociais,
conseguimos avançar nesta perspectiva. Isso, agora, nos faz pensar em que
momento estamos e onde queremos chegar”, afirmou.
Após o momento de análise
da conjuntura, a partir do público feminino, a programação do evento contemplou
a valorização da partilha de experiências, através da dinâmica do carrossel.
Divididas em cinco grupos, as mulheres puderam conhecer relatos de quintais
produtivos, práticas agroecológicas, entre outros assuntos, que envolvem
diretamente a participação e a gestão das mulheres no cenário rural.
Foto: Kátia Gonçalves |
Ainda durante a tarde, a
coordenadora geral da Casa da Mulher do Nordeste, Graciete Santos, articulou um
momento de reflexão em grupo sobre diversos temas que rondam o universo das
mulheres no meio social, como o racismo, as drogas, o machismo, a violência
doméstica e outros. A partir dos resultados das discussões foi construída a
“árvore dos problemas”, que serviu para provocá-las sobre a realidade atual e,
mediante isso, mudar a consciência e a postura sobre vários assuntos. O encerramento do dia foi feito ao ritmo da cultura indígena, o toré.
De acordo com a
agricultora Aparecida Feitosa, 26, moradora do sítio São Paulo, no município de
Santa Cruz da Baixa Verde, o primeiro dia do encontro serviu para provocar
novas atitudes. "Além de apresentar a minha experiência, foi possível
discutir sobre diversos assuntos, inclusive sobre igualdade de gênero. Volto
para casa com o desafio de buscar mais mulheres para essa luta, pois muitas
ainda estão limitadas apenas ao trabalho da casa, mas sabe-se que tem muito
mais do que isso", disse.
A noite foi marcada pela apresentação do documentário "Ao redor de casa", que tem como foco principal os quintais medicinais vivos. O encerramento das atividades do dia foi uma feira, onde as agricultoras puderam apresentar e comercializar os produtos que trouxeram.
A noite foi marcada pela apresentação do documentário "Ao redor de casa", que tem como foco principal os quintais medicinais vivos. O encerramento das atividades do dia foi uma feira, onde as agricultoras puderam apresentar e comercializar os produtos que trouxeram.
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