quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Encontro Estadual levanta debate sobre as ações estruturantes de convivência com as grandes secas


Por Adriana Leal – comunicadora popular


No primeiro dia do Encontro Estadual da ASA-PE ocorreu o debate sobre asgrandes secas no Semiárido pernambucano, a partir das ações estruturantes e emergenciais voltadas para a região. Paulo Pedro, representante da ASA-PE; Marcos Henrique, do IPA/SARA; Vilmar Lermer, representante dos trabalhadores rurais e Milton Rolin, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Pernambuco – ITEP participaram da discussão.

Foram discutidas as questões centrais que remetem à convivência harmônica dos agricultores e agricultoras com Semiárido. “Seca é um fenômeno natural e não se combate. Seca não é para ter emergência. Emergência são fatos imprevistos”, disse Paulo Pedro. Na ocasiãoforam discutidas sobre a indústria da seca, onde alguns grupos se aproveitam da seca para receber grandes dividendos financeiros. Paulo Pedro também tocou em pontos relevantes como a participação da sociedade nas políticas públicas; a criação de um plano estruturado para o período de estiagem e o estoque de alimentos para alimentação dos animais durante a seca.

Marcos Henrique fez menção às ações que o Governo do Estado tem estabelecido na questão da estiagem, como o aumento e o acompanhamento dos carros-pipas na zona rural, o Bolsa Estiagem, do Governo Federal e a distribuição de 20 mil caixas d’água de 1000 litros na zona rural. Marcos Henrique, concluiu a sua fala, se comprometendo em levar as propostas do encontro para o Governo do Estado.

Vilmar Lermer levantou as questões ambientais pontuais da região. “A gente tem que se prevenir. No Araripe, a gente vai precisar fazer umas ações além das que a gente faz hoje. O uso do desflorestamento do polo gesseiro é um grande problema para o Araripe, aumentando as condições de desertificação. Não há respeito às matas ciliares e as reservas legais”, disse Vilmar Lermer, que também falou sobre a conservação da água no solo.

Milton Rolin trouxe à discussão o tema Energia Solar na Produção de Gesso: Renovando Definições, que propõe o uso da substituição de lenha como combustível para a produção de gesso por energia solar, uma vez que a região semiárida apresenta grande potencial de fornecimento dessa fonte. O custo é visto como mais viável e contribui para a redução de desmatamento no Araripe. “Não se faz sustentabilidade sem pensar em longos prazos. Não existe necessidade de usar a lenha para produzir gesso, se consegue até siderurgia com a energia solar. Nós vamos produzir gesso reciclável”, afirmou Milton Rolin. Ao término das colocações propostas ao debate, a plateia colocou uma diversidade de questionamentos para cada ponto levantado, enriquecendo mais ainda a discussão. 

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