Por
Adriana Leal – comunicadora popular
No primeiro dia do Encontro Estadual
da ASA-PE ocorreu o debate sobre asgrandes secas no Semiárido pernambucano, a
partir das ações estruturantes e emergenciais voltadas para a região. Paulo
Pedro, representante da ASA-PE; Marcos Henrique, do IPA/SARA; Vilmar Lermer,
representante dos trabalhadores rurais e Milton Rolin, pesquisador do Instituto
de Tecnologia de Pernambuco – ITEP participaram da discussão.
Foram
discutidas as questões centrais que remetem à convivência harmônica dos
agricultores e agricultoras com Semiárido. “Seca é um fenômeno natural e não se
combate. Seca não é para ter emergência. Emergência são fatos imprevistos”,
disse Paulo Pedro. Na ocasiãoforam discutidas sobre a indústria da seca, onde
alguns grupos se aproveitam da seca para receber grandes dividendos
financeiros. Paulo Pedro também tocou em pontos relevantes como a participação
da sociedade nas políticas públicas; a criação de um plano estruturado para o
período de estiagem e o estoque de alimentos para alimentação dos animais durante
a seca.
Marcos
Henrique fez menção às ações que o Governo do Estado tem estabelecido na
questão da estiagem, como o aumento e o acompanhamento dos carros-pipas na zona
rural, o Bolsa Estiagem, do Governo Federal e a distribuição de 20 mil caixas
d’água de 1000 litros na zona rural. Marcos Henrique, concluiu a sua fala, se comprometendo
em levar as propostas do encontro para o Governo do Estado.
Vilmar
Lermer levantou as questões ambientais pontuais da região. “A gente tem que se
prevenir. No Araripe, a gente vai precisar fazer umas ações além das que a
gente faz hoje. O uso do desflorestamento do polo gesseiro é um grande problema
para o Araripe, aumentando as condições de desertificação. Não há respeito às
matas ciliares e as reservas legais”, disse Vilmar Lermer, que também falou sobre
a conservação da água no solo.
Milton
Rolin trouxe à discussão o tema Energia
Solar na Produção de Gesso: Renovando Definições, que propõe o uso da
substituição de lenha como combustível para a produção de gesso por energia
solar, uma vez que a região semiárida
apresenta grande potencial de fornecimento dessa fonte. O custo é visto como mais
viável e contribui para a redução de desmatamento no Araripe. “Não se faz sustentabilidade sem
pensar em longos prazos. Não existe necessidade de usar a lenha para produzir
gesso, se consegue até siderurgia com a energia solar. Nós vamos produzir gesso
reciclável”, afirmou Milton Rolin. Ao
término das colocações propostas ao debate, a plateia colocou uma diversidade
de questionamentos para cada ponto levantado, enriquecendo mais ainda a
discussão.
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