segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Valorização do Semiárido e combate à desertificação são debatidos em 2º dia de Encontro


Paulo Pedro, do Caatinga, no Encontro Estadual
da ASA/PE 2010
A manhã do segundo dia, 22, do Encontro Estadual da Articulação no Semi-Árido Pernambucano (ASA-PE) teve início com uma dinâmica de apresentação dos participantes e uma retrospectiva das principais ações já realizadas pela rede em seus 11 anos de história. “O nosso jeito é que nos faz diferente na forma de construir a sustentabilidade no Semiárido”, afirmou o coordenador da ASA-PE, Aldo Santos.

Em seguida, o coordenador geral do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), Antônio Barbosa, e o coordenador da organização Caatinga, Paulo Pedro, foram convidados para participar da primeira mesa de debates do dia, que trouxe a temática ASA: Caminhos para a Sustentabilidade no Semiárido.

Barbosa colocou que por muitos e muitos anos, o Nordeste viveu no estereótipo de ser um lugar seco, feio e de fome, e que a ASA foi fundamental para mudar essa visão. “O Semiárido que conhecemos é um lugar novo e tem muito da nossa história. Tinha-se uma idéia de que aqui não chovia e nós acreditávamos nisso também. Quando surgiu a idéia de cisternas, começamos a perceber que chove, e chove muito. A ASA ajudou a fazer o nosso Semiárido”, disse. Segundo ele, hoje, já foram construídas em média 300 mil cisternas, garantindo água para mais de 1,5 milhões de pessoas.

Em sua fala, Paulo Pedro ressaltou a questão dos problemas ambientais, principalmente, no Semiárido brasileiro. “Quando falamos em desertificação, algumas pessoas pensam que não tem nada a ver com isso, porque pensam logo em desertos. Mas desertificação é o processo”, afirmou.

Dentre os dados apresentados por Paulo, foi citado o aumento da área semiárida no Brasil. “Nós temos a região susceptível à desertificação mais populosa em um mesmo país. São quase 1.500 municípios. E essas áreas estão se expandindo”. A partir disso, ele comentou que é preciso haver uma adaptação das pessoas para com essas mudanças. “É saber que a situação está colocada, vai ter menos chuva e temperaturas mais altas e agora precisamos desenvolver estratégias para sofrer menos com a realidade. O desafio é muito grande”, complementou Paulo Pedro.   

Tanto Paulo Pedro, quando Barbosa ressaltaram a discussão sobre agrobiodiversidade, o fortalecimento da produção de alimentos, gerando renda e preparando condições favoráveis para as próximas gerações; além da preservação do patrimônio genético. “A ASA não veio apenas para fazer cisterna, mas sim para mudar a lógica de fazer o Semiárido”, afirmou Paulo. 

Para ver mais fotos do segundo dia do encontro estadual da ASA Pernambuco é só acessar o Flickr da Articulação: www.flickr.com/asape   

Nenhum comentário: