Por Kátia Gonçalves
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Partilha, união, renovação, amor,
sabedoria, autonomia, experiência, conhecimento, troca de saberes e soberania.
Foram esses os desejos apontados pelas 120 agricultoras dos 10 estados que compõem
a Articulação no Semiárido Brasileiro, durante o I Encontro de Agricultoras
Experimentadoras com o lema ‘Celebrando Conquistas na Trajetória da ASA’, que
aconteceu nos dias 23 e 24 de setembro em Lagoa Seca, na Paraíba.
As nove mulheres que representaram
Pernambuco saíram do evento com a missão de lutar, em parceria com as
Instituições do estado, em favor de um Semiárido menos machista e mais
democrático. Reunidas, elas definiram o compromisso que o estado se comprometerá
em trabalhar: Acesso à terra; Assessoria técnica de qualidade para as mulheres;
Combate à violência contra a Mulher; Autonomia
política e econômica das mulheres; Implementação e fortalecimento de bancos de
sementes e Organização da rede de mulheres agricultoras experimentadoras do
Estado.

O momento ímpar na trajetória
política e sócio cultural das mulheres do Semiárido teve como principio valorizar
e dar visibilidade ao conhecimento e as capacidades das mulheres agricultoras e
suas formas de inserção na organização do trabalho da agricultura familiar,
além de construir coletivamente caminhos para superação das situações de
desigualdade.
A representante das mulheres indígenas
do estado, Roseane Gomes de Siqueira, da tribo Kapinawá do município de Buíque,
assume que é difícil vencer o preconceito por ser mulher e, acima de tudo,
índia. “Ainda existem vários preconceitos com as mulheres indígenas. Mas a
gente vem aos poucos mudando esse cenário nos povos indígenas através das
discursões políticas nas bases sindicalistas, nos movimentos sociais e nos
projetos da ASA”, declarou Roseane.
No segundo dia as agricultoras saíram em caravana
rumo aos municípios de Olivedos, Cubati, Massaranduba, Queimadas e Boqueirão
com objetivo de conhecerem novas experiências em áreas de manejo de água,
criação animal, sementes, diversificação produtiva nos quintais e acesso a
mercados.
Mulheres
que representaram Pernambuco:
Agreste:Roseane Gomes de Siqueira -
representado as indígenas do estado.
Santina Tereza Oliveira de
Carvalho
Adriana Paulino Ferreira Lima
Ivoneide José dos Santos Silva
Sertão:Maria
José de Souza Silva - representando as mulheres quilombolas
Vânia Maria Rocha dos Santos
Severina Simões da Costa - representado as jovens
Técnicas:
Célia Souza Coordenadora da Casa da Mulher do Nordeste
Kátia Gonçalves - Comunicadora Popular do Cecor
No final do evento foi apresentada a
carta escrita por todas as 120 agricultoras:
Nós, cerca de 100 mulheres
agricultoras experimentadoras vinda dos dez estados nordestinos e de Minas
Gerais, reunidas no I Encontro Nacional de Agricultoras Experimentadoras –
Celebrando Conquistas na Trajetória da ASA, propomos como
compromissos para o conjunto da Articulação no Semiárido Brasileiro:
Construção e fortalecimento das
Redes de Agricultoras Experimentadoras nos Estados;
Sistematização prioritária de
experiências protagonizadas por mulheres;
Fortalecimentos da auto-organização
das mulheres e a luta contra o machismo no Semiárido Brasileiro;
Garantir a continuidade de Encontros
Estaduais e Nacional de Agricultoras Experimentadoras e intercâmbio entre as
mulheres agricultoras;
Promover a participação igualitária
entre homens e mulheres nas comissões municipais;
Ampliar o processo de experimentação
e formação;
Ampliar o debate sobre a violência
contra a mulher;
Ampliar o debate de gênero em espaços
específicos das mulheres e em espaços compostos por homens e mulheres;
Garantir a participação de mulheres
jovens em espaço de formação e mobilização;
Fortalecer o debate sobre o impacto
das políticas na vida das mulheres (Bolsa Família, PAA, PNAE)
Aprofundar o debate sobre
agroecologia e acesso à terra a partir das perspectivas das
mulheres;
O fortalecimento dos bancos e casas
de sementes comunitárias;
Assessoria técnica que visibilize e
valorize o papel das mulheres agricultoras.
ASA 15 Anos:
Ampliando a resistência e fortalecendo a convivência.
“É no Semiárido que
a vida pulsa/É no Semiárido que as mulheres resistem”.
Pela Vida das
Mulheres! Pela Agroecologia!
Núcleo de
Comunicação do Cecor
Kátia
Gonçalves(87)9951 5362
Juliana
Lima(87)9962 1987
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