sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Serra Talhada sedia Conferência Regional de Convivência com o Semiárido


Por Kátia Gonçalves – Comunicadora do Cecor


A segunda Conferência Regional de Convivência com o Semiárido, de um total de cinco que estão acontecendo nas regiões do Agreste e Sertão de Pernambuco, ocorreu na última quarta-feira (27/11), na capital do Xaxado, Sertão do Pajeú do estado. Promovidas pelo Governo do Estado, sob a coordenação da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (SARA), as conferências são realizadas em parceria com a Fundação Avina, Articulação no Semiárido de Pernambuco (ASA-PE), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape), Conselho Estadual de Desenvolvimento Sustentável (CDS-PE) e Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). As conferências têm como princípios definir diretrizes e ações para o Plano Estadual de Convivência com o Semiárido.

O encontro reuniu representantes de 31 municípios, das três regiões de desenvolvimento (RDs) do estado: Sertão do Pajéu, Sertão de Itaparica e Sertão do Moxotó, para discutirem as propostas e ações de convivência a partir dos eixos temáticos da Lei Estadual 14.922. Tiveram presentes também, representantes da sociedade civil, conselhos municipais de desenvolvimento rural sustentável, associações, sindicatos e movimentos sociais. 

Para o secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Aldo Santos, dos 184 municípios do estado de Pernambuco, 122 estão no Semiárido. Por isso, se faz necessário estruturar melhor o Semiárido brasileiro, uma vez que, é mais populoso do mundo. “A estiagem sempre virá, porém, passada a chuva, teremos seca novamente, contudo, devemos apontar qual a melhor aptidão para a convivência. Isso sem falar que o homem e a mulher do campo sejam favorecidos com mais educação, saúde e água, como elemento de cidadania e de direito”, alertou Aldo. 


Representando as mulheres presentes na mesa e no auditório, Célia Sousa, coordenadora da Casa da Mulher do Nordeste (Afogados da Ingazeira), o momento é oportuno para discutir as políticas de convivência com o Semiárido que, de fato, se concretizem. Eliminando assim, a possibilidade das/os agricultoras/es serem vítimas da indústria da seca, favorecendo a venda de água e provocando desgastes emocionais com carros pipa. 


“Finalmente estamos abordando essa temática. Antes falávamos que se combatia a seca, mas a seca é um fenômeno natural que sempre existiu, por isso, não se combate, se convive. Para que possamos conviver com a seca é preciso que tenhamos  ações concretas que possam preparar a população para o enfretamento”, explanou Célia.

Convidado a compor a mesa, o coordenador executivo da ASA/PE, Manoel dos Anjos, ressaltou o momento histórico em que os participantes estavam vivenciando. Isso  porque os projetos estavam ganhando força e realidade. “Participar de um Plano de Convivência, onde as dificuldades são apontadas por quem conhece a região é um marco. O papel da ASA-PE e sociedade civil é acompanhar a execução desse plano, propostas de convivência do Semiárido e não de combate a seca”, completou Manoel.

No final da conferência, os trezentos participantes, formaram grupos de trabalho por região de desenvolvimento do estado. Promover a regularização fundiária em toda região do Pajeú; Consolidar os assentamentos existentes e ampliar os assentamentos de crédito fundiário; Valorizar a participação da sociedade civil organizada (Conselhos, Sindicatos, Associações) na implantação de politicas públicas de implantação de infraestrutura hídrica e distribuição de água, além de investir em infraestrutura de coleta, armazenamento e manejo da água de chuva nas escolas rurais e urbanas. Estas foram algumas das propostas apresentadas pelos representantes das três regiões de desenvolvimento.

Cronograma: 

Ontem (28), Garanhuns sediou a terceira conferência regional, além dos municípios de Caruaru (04/12) e Surubim (05/12), culminando com a Conferência Estadual de Convivência com o Semiárido que será realizada em Recife, nos dias 09 e 10 de dezembro. A expectativa é concretizar em breve o Plano Estadual de Convivência com o Semiárido. 

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